O que é Cabotagem? Entenda o transporte marítimo no Brasil
No Brasil, onde as dimensões continentais e os desafios logísticos impactam o escoamento da produção brasileira e a distribuição de mercadorias no país, a cabotagem surge como uma solução estratégica para reduzir custos, aumentar a segurança e, além disso, contribuir para práticas mais sustentáveis.
Neste texto, vamos explorar o conceito de cabotagem, sua história, principais vantagens, desafios e muito mais. Confira!
O que é Cabotagem?
A cabotagem é uma modalidade de transporte marítimo entre portos de um mesmo país, realizada pelo mar, rios ou lagos para movimentação de mercadorias, a qual é regulada e fiscalizada pela ANTAQ (Agência Nacional de Transporte Aquaviário) em todo o país.
No Brasil, a cabotagem se apresenta como uma solução estratégica para o escoamento da produção nacional, especialmente devido à extensa costa do país, que se estende por quase 8 mil quilômetros, ou ainda, 10 mil quilômetros, se considerarmos o Rio Amazonas. Dessa forma, ela se torna uma opção eficiente para o transporte de mercadorias no território nacional.
Qual a diferença da navegação por cabotagem e a de longo curso?
A cabotagem é o transporte de cargas entre portos do mesmo país, sem a necessidade de atravessar fronteiras internacionais. Essa modalidade desloca mercadorias em países com extensa costa, como o Brasil, permitindo um fluxo logístico mais econômico, seguro, sustentável e, ao mesmo tempo, contribuindo para diminuir a sobrecarga das rodovias.
Por outro lado, a navegação de longo curso refere-se ao transporte marítimo entre diferentes países, conectando mercados e facilitando o comércio internacional. Essa modalidade garante a movimentação de grandes volumes de cargas entre continentes.
Ambas as modalidades desempenham papéis fundamentais nas operações logísticas das empresas, complementando-se e contribuindo entre si, para um comércio mais dinâmico e eficiente.
História da cabotagem no Brasil
Nos primeiros séculos após o descobrimento, o Brasil dependia da navegação para conectar as capitanias e garantir o escoamento da produção para Portugal. As embarcações eram o principal meio de transporte, uma vez que não havia estradas estruturadas e as densas florestas dificultavam a movimentação por terra.
Com a independência do Brasil, a navegação de cabotagem começou a ganhar importância para o desenvolvimento da economia nacional, sendo estimulada pelo Império. Com a industrialização e o crescimento urbano no final do século XIX e início do XX, a cabotagem manteve seu papel no transporte de mercadorias, especialmente no abastecimento das cidades e na integração entre as diferentes regiões do país.
No entanto, com a ascensão do transporte rodoviário impulsionado pelo governo de Juscelino Kubitschek e a construção das rodovias, a cabotagem perdeu espaço. A expansão do modal rodoviário e a priorização do transporte terrestre reduziram a participação da navegação na matriz logística brasileira.
Importância da cabotagem para o Brasil
O Brasil possui um sistema logístico altamente dependente do modal rodoviário, que representa aproximadamente 65% do transporte de cargas, frente aos 12% da cabotagem. Essa dependência acarreta desafios como altos custos logísticos, maior emissão de poluentes e infraestrutura rodoviária sobrecarregada.
No entanto, a cabotagem pode ser utilizada como uma alternativa eficiente e sustentável, proporcionando benefícios como:
- Redução de custos: o transporte marítimo apresenta menor custo por peso-quilômetro em comparação ao modal rodoviário.
- Menor impacto ambiental: a navegação costeira emite menos gases de efeito estufa por tonelada transportada em relação ao transporte terrestre.
- Maior eficiência energética: o transporte por cabotagem chega a consumir 8 vezes menos combustível para mover a mesma quantidade de carga que outros modais.
- Segurança e previsibilidade: o transporte marítimo está menos sujeito a interrupções como congestionamentos e acidentes, além de ter menor índice de avarias e roubos.
- Descongestionamento das rodovias: com maior uso da cabotagem, o fluxo de caminhões nas estradas pode ser reduzido, prolongando a vida útil da infraestrutura rodoviária.
Principais desafios da cabotagem no Brasil
Apesar das vantagens, a cabotagem enfrenta desafios que limitam seu pleno desenvolvimento no país, tais como:
- Frota limitada: o Brasil possui um número reduzido de embarcações destinadas à cabotagem, o que restringe a capacidade de transporte e encarece as operações.
- Concorrência com o modal rodoviário: o setor de transporte rodoviário é altamente consolidado e tem forte presença no mercado, o que dificulta a transição para a cabotagem.
Entenda o cenário brasileiro
De acordo com o Estatístico Aquaviário Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), de janeiro a dezembro de 2024 foram transportados por cabotagem um total de 213,1 milhões de toneladas de carga, apresentando uma redução de -0,04% em relação ao mesmo período do ano de 2023. Do total de carga transportada por cabotagem, 27,20% corresponderam ao transporte de contêineres.
Agora, de acordo com a ABAC (Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem), a última década viu a aquisição de cerca de 20 embarcações registradas na bandeira brasileira, representando um investimento de cerca de R$ 3,5 bilhões. Atualmente, a frota conta com mais de 70 navios de bandeira brasileira.
Perspectivas atuais no Brasil
Nos últimos anos, a cabotagem vem ganhando força novamente, impulsionada por novos programas do governo e pelo reconhecimento da sua eficiência como alternativa ao transporte rodoviário, especialmente para reduzir custos logísticos e emissões de carbono.
BR do Mar: incentivo à cabotagem
Para fomentar a cabotagem, o governo brasileiro criou o programa BR do Mar, sancionado pela Lei 14.301/2022. O programa tem como objetivo ampliar o uso de vias aquaviárias no território brasileiro, aumentar a frota nacional e equilibrar a matriz de transportes brasileira, tornando a navegação de cabotagem mais disponível.
Entre as principais medidas estão:
- Maior atuação das empresas no transporte de cabotagem sem terem frota própria de embarcações;
- As empresas podem se beneficiar de afretamentos a tempo, ou seja, o navio pode ser afretado com a bandeira estrangeira;
- As empresas podem ainda se beneficiar do afretamento a casco nu, ou seja, o navio afretado passa a adotar a bandeira brasileira;
- Potencialização do escoamento da produção nacional, sem a necessidade de depender totalmente do transporte rodoviário, o que estimula o aumento da concorrência.
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